quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

DOISMILEDEZDOISMILEDEZDOISMILEDEZ!!!

*Praia do Poá / Penha SC - 21/12/09




DIVIDINDO REFLEXÕES

Desde que li História da Eternidade do escritor Jorge Luís Borges, um questionamento intermitente, como um néon de beira de estrada, de tempo em tempo volta a preencher algumas noites de insônia. Estas, infelizmente, cada vez menos intermitentes e mais constantes.
Será possível entender o tempo sem que entendamos a eternidade?! Se o eterno, então, é o presente, o sempre presente, sem passado e sem futuro. Aquilo que margeia o tempo. Aquilo que ao tempo é indiferente.
De inúmeras conclusões e ruas sem saída, acho que um raciocínio pode colaborar com as inevitáveis contas pessoais que fazemos ao fim de um ano. A lei da conservação das massas, de Lavoisier, fala que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Acho esse conceito particularmente fantástico. Porém, se nada se cria e sim se transforma, podemos pensar que, de certo modo, algo se eterniza. Não em sua casca, não em sua expressão, mas em sua essência, do que se é feito.
Também chamo para esse papo um brilhante poeta Libanês, Gibran, que lá no século XIX já falava “o essencial é invisível aos olhos”.
Tudo isso para mim faz muito sentido. Porém, feliz ou infelizmente, traz mais perguntas que respostas. Qual então é minha essência?! O que de eterno eu trago?!
Atualmente, me sinto mais essencial e eterno, quando tento enxergar menos com os olhos e mais com os sentidos. Procurar o que realmente importa para mim e para tudo que me cerca. Buscar o simples.
E para o que importa, para o eterno, então, um ano novo pouco representa, o tempo não é um inimigo, um algoz, mas sim o porta estandarte da efemeridade da vida, o que traz sentido e graça ao nosso dia-a-dia. E ainda, o que pode nos trazer sabedoria.
Portanto, o que essa Curingada quer desejar para todos nesse 2010 é, primeiro - calma, o mundo continuará girando da mesma forma dia primeiro, e junto com cada dia nasce também uma oportunidade. Segundo - muita simplicidade, que consigamos valorizar o que realmente importa. Não interessa o que esperam de nós, não interessa o que nos cobrem, pouco importam as comparações sociais.
A nós, só interessa a essência.

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